Jardim dos Mestres

Swami Sivananda

Swami Sivananda

Nascimento e Infância

Swami Sivananda foi um Mestre Espiritual do Oriente, onde era muito conhecido por suas obras. Nasceu em 8 de setembro de 1887 no sul da Índia, em uma família ortodoxa de Santos, Sábios e Filósofos e foi batizado com o nome de Kuppuswamy.

Quando criança era arrojado, corajoso, alegre e amável com a natureza. Era muito admirado pelas pessoas por causa de sua boa conduta e de seus bons hábitos.

Desde cedo tinha grande interesse e inclinação pela ciência médica. Quando chegou a adolescência se matriculou no curso de medicina, e logo começou a dirigir um jornal, fundado por ele mesmo, com o nome de “Ambrosia, onde ele escrevia vários temas e publicava com pseudônimos diferentes.

 

Experiência de Vida

Seu primeiro emprego foi em uma farmácia, onde administrava a contabilidade, preparava medicamentos e atendia os pacientes. Mesmo com este trabalho não abandonou a editoração do jornal.

Embora Sivananda gostasse muito de trabalhar, percebia que o trabalho na farmácia era bastante árduo, por isso resolveu procurar emprego em algum outro lugar.

Realizou longa viagem de Madras, sul da Índia, até a Malásia. Cheio de incertezas, Sivananda precisou ter muito força de vontade e determinação para prosseguir. Essas virtudes ajudaram muito em seu desenvolvimento espiritual.

Na Malásia foi contratado por um homem com um temperamento violento. Este homem lhe deu a direção de seu hospital.

Não demorou muito para que Sivananda percebesse que lhe aguardava muito trabalho árduo, assim como ocorria no emprego anterior que havia abandonado, só que desta vez existiam obstáculos incomuns. Mais tarde, além de realizar seu trabalho, passou a realizar o trabalho também de seus assistentes que se tornaram excessivamente lentos.

Sivananda trabalhava no hospital, mas muitas vezes estava na casa de algum paciente para servir a ele e a sua família. Sua bondade era extrema, ele não media esforços para ajudar as pessoas, chegou a dar todo seu salário, e até penhorar seus bens para ajudar pacientes e amigos.

Ajudava seus assistentes, treinando-os no ofício e os encaminhando com cartas de recomendação para algum hospital. Por vezes, pagando-lhes passagem e ainda dando algum dinheiro para emergências e imprevistos.

Tudo que Sivananda realizou significou muito trabalho, persistência inquebrantável, esforço vigoroso e fé indomável nos princípios da bondade, da virtude e sua aplicação na vida diária. Sivananda viveu a Conduta Reta.

Serviços em Favor da Humanidade

Sivananda sentia-se muito feliz quando seus pacientes se curavam de suas doenças e se livravam do sofrimento. Chegava a dançar de alegria quando percebia a paz e a felicidade estampadas nos rostos das pessoas. Fazia parte de sua natureza ajudar as pessoas e compartilhar com elas aquilo que tinha.

Sivananda era muito honesto, sincero, simples e generoso, e gostava de alegrar as pessoas com sua graça, bom humor e através de palavras de amor e encorajamento. Isso contribuía para a recuperação de seus pacientes e alívio de suas dores e sofrimentos.

Pessoas desempregadas eram muitas vezes amparadas por Sivananda, que as ajudava com comida, roupa e arrumando-lhes emprego. Essa espécie de serviço desinteressado contribuiu para a purificação de sua mente e de seu coração, elevando-o em sua vida espiritual.

Sivananda chegou a um grau de purificação que nada mais neste mundo podia tentá-lo, ele havia se tornado puro como um cristal.

O Despertar de uma Nova Visão

A profissão de médico deu a Sivananda uma ampla visão dos sofrimentos deste mundo. Constantemente refletia a respeito dos deveres nesse mundo. Perguntava-se se não havia missão mais elevada que o cumprimento dos deveres públicos, comer, beber, etc..

Refletia sobre a insegurança de viver neste mundo. Percebeu que todos estavam sujeitos a doenças, ansiedades, preocupações, medos, desapontamentos, etc. Percebeu também que neste mundo, nada permanecia intacto, tudo mudava constantemente e que todas as esperanças e felicidades neste mundo terminariam em dor, desespero e tristeza.

Em 1923 renunciou a vida cômoda de dinheiro e confortos, e viajou pela Índia em busca de um local ideal para práticas espirituais, orações, meditações e estudos, e também para encontrar uma maneira mais sublime de servir o mundo. Em 1924 chegou a Rishikesh, na Índia, e lá foi o seu destino.

Sivananda decidiu pela auto-realização como objetivo de sua vida e determinou que toda a sua força e energia seriam direcionadas para o estudo, a assistência dos necessitados e as práticas espirituais.

A própria vida de Sivananda era uma prática espiritual. A assistência aos doentes, aos pobres e aos estudantes espirituais purificavam seu coração e desenvolvia nele qualidades Divinas como a simpatia, compaixão, piedade e generosidade. A assistência a humanidade o ajudava a destruir as más qualidades e as impurezas de sua mente como o egoísmo, o amor-próprio, o orgulho, o ódio, a raiva, a luxúria, o ciúme, etc.

Sivanada sentia-se muito feliz em ajudar as pessoas, ele não podia viver um segundo sem sentir-se útil. Sua vida era um exemplo de serviço desinteressado em favor da humanidade.

A Missão da Vida Divina

Sivananda não tinha ambição em ser mundialmente conhecido, nem perpetuar seu nome através de alguma instituição. Não lhe agradava ser chamado de “Sat-Guru”, “Avatar”, “Mahatma”ou “Guru-Maharaj”, etc; mesmo porque nunca teve a intenção de ser guru de alguém. Sabia que sustentar a idéia de guru seria um grande obstáculo para a vida espiritual e que isso havia causado a queda de grandes homens espirituais.

Chegou a pedir aos estudantes que lhes fizessem “namastê” mentalmente. Não era a favor do culto à personalidade, percebia-se como um simples praticante espiritual, e se colocava como um sincero amigo até o fim de sua vida para seus estudantes.

Não lhe agradava manter as pessoas ao seu lado por muito tempo, era contra a ideia de discípulos. Sivananda dava aulas aos interessados durante algum tempo e depois pedia que se retirassem em meditação.

Embora Sivananda instruísse e orientasse os alunos próximos e os distantes, gostava que as pessoas fossem livres e independentes no cumprimento da missão que lhes foram designadas. Dava a elas toda ajuda e apoio que necessitavam.

A Escola de Regeneração de Almas

A fundação da Sociedade da Vida Divina se deu pela Vontade Divina. Originou-se quando encontrou pessoas dispostas a exercerem esse trabalho.

Sivananda foi claro em dizer que as organizações espirituais com propósitos e objetivos elevados somente deveriam ser fundadas por mahatmas que fossem absolutamente livres, perfeitos e altruístas. Acrescentou que o resultado de organizações que foram fundadas por pessoas egoístas causaram grandes danos àqueles que se associaram a elas. E por esse motivo, com o decorrer do tempo, as pessoas perderam a fé em Deus, na religião e acusaram todos os mahatmas de falsos Iogues.

Sivananda ressaltou que todos os fundadores de organização espiritual deveriam possuir imensa capacidade para ajudar as pessoas e não se deixar contaminar por motivos mercenários.

O Movimento da Vida Divina

Sivananda amava os estudantes, sempre enfatizava a importância das práticas espirituais silenciosas, do Japa e da meditação para o progresso sistemático no caminho espiritual.

Pedia aos estudantes que purificassem seus corações através da assitência abnegada a humanidade. Colocava total atenção na evolução espiritual de seus estudantes. Entregou seu corpo e sua vida ao serviço ao mundo, na intenção de torná-lo mais feliz e agradável.

Não fazia parte da natureza de Sivananda fazer planos e esquemas, dependia exclusivamente da graça de Deus. Sua visão era que, quando o homem está preso a si mesmo, ao egoísmo, ele esquece naturalmente de tudo que diz respeito a Deus, e fica constantemente preocupado com seu corpo, sua família, seus filhos, etc. Sua atenção fica exclusivamente voltada para obtenção de sua comida, bebida, confortos e conveniências. Para estas pessoas, o materialismo e o ceticismo reinam acima de tudo. Irritam-se por pequenas coisas e se colocam a brigar, em todo lugar encontram desassossego, miséria, pânico e caos.

O objetivo da Sociedade da Vida Divina era pregar o Ioga de Síntese, instigar a devoção e a fé nas pessoas, trabalhar pela elevação espiritual do homem e levar a paz e a felicidade à todos.

Na Ioga de Síntese de Sivananda estão os principais fundamentos de todas as religiões e cultos. Ela visa uma vida de liberdade na ação e harmonia em meio da vida mundana tumultuada, uma vida de felicidade através de desprendimento e renúncia mentais dos desejos, do egoísmo, através do abandono de tudo que “sou eu” e “é meu”.

Sivananda orientava e enfatizava a necessidade de práticas como Karma Yoga para purificação da mente e do coração; Hatha Yoga para conservação de ótima saúde, força, purificação do prana e para acalmar a mente; Raja Yoga para destruir as ilusões e proporcionar concentração na meditação; e Jnana Yoga para remover o véu da ignorância.

Na próxima semana compartilharemos um pouco mais da vida de Swami Sivananda….aguardem.

A Verdadeira Religião

A verdadeira religião é a religião do coração. Disse Sivananda: “Qualquer que seja sua religião, quem quer que seja seu profeta, seja qual for sua lingua ou país, qualquer que seja sua idade ou sexo, você pode facilmente crescer, caso conheça o caminho do aniquilamento do ego, da destruição do aspecto mais degradante da mente, e do domínio sobre seu corpo, sentidos e mente. Esse é o caminho que descobri para a paz e felicidade eterna… Sinceridade, amor e pureza são as bases da verdadeira religião. O domínio da natureza humana do homem, controle da mente, cultivo das virtudes, auxilio à humanidade, boa vontade, solidariedade e confraternidade constituem os fundamentos da verdadeira religião”.

Sivananda percebia a religião nas mulheres. Ele respeitava, adorava e se prostrava a todas as mulheres. Via nelas a manifestação da Mãe Divina, Durga, Shakti, Kali. Considerava as mulheres como espinha dorsal da sociedade e alicerce da religião, e acreditava que se elas fossem inspiradas o mundo inteiro seria inspirado, porque considerava que elas possuíam qualidades divinas naturais e inatas e que a religião se sustentava em sua piedade, por seu instinto religioso.

Sivananda ensinava sua religião através do exemplo. Ele não se preocupava em convencer ninguém a nada e de coisa alguma. Não perdia seu tempo procurando nas escrituras sagradas declarações que satisfizessem a curiosidade de aspirantes. Sua forma de ensinar era através do exemplo, orientava a todos através da vida prática, ele era o exemplo vivo dos ensinamentos para a vida dos estudantes.

Seu Credo

Sivananda estava sempre feliz e alegre. Via em toda parte somente o bem. Dançava alegremente e saturava sua mente com pensamentos divinos.

Via o Atman (o Íntimo) em cada Ser ou forma. Sentia a consciência de Deus em toda parte, em todos os momentos e em todas as condições de vida. Via, ouvia, degustava, cheirava e sentia todas as coisas como Atman.

Imergir-se e dissolver-se em Deus era seu Credo. Permanecer unido a Deus e utilizavar suas mãos, mente, sentidos e corpo em auxílio da humanidade, este era seu credo. Cantar os nomes de Deus, fornecer instruções aos aspirantes sinceros, disseminar o conhecimento através de livros, panfletos, folhetos, revistas e palestras, este era seu credo.

Sentia a unidade em todas as criaturas e as tratavam de maneira idêntica. Não fazia distinção entre santos e pecadores, nem camponeses nem reis, nem mendigos nem imperadores, nem amigos nem inimigos, nem macho nem fêmea, nem guru nem chelas. Via Deus em todas as pessoas.

A mensagem da Vida Divina é: Veja Deus em todas as coisas. Ajude a todos. Ame a todos. Seja amável com todos. Seja compassivo. Sinta cada um como se fosse você mesmo. Ajude o próximo com o mesmo espírito de veneração dirigido ao Divino, pois o Divino reside nele. A tarefa do homem consiste verdadeiramente em amar a Deus. Desfaça-se a barreira do nome e da forma. Procure a unidade no coração de todos os seres. Inclua dentro de seu abraço espiritual a humanidade inteira. Viva pela paz. Viva pelo amor universal. Viva na Vida Divina.

Equipe Jardim dos Mestres


12 de outubro de 2012

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