Jardim dos Mestres

A Mudança para Sierra Nevada

Em março de 1952, o Mestre Aun Weor sobe a serra. Lá, os discípulos lhe construíram uma pequena choça, composta de uma sala pequena e um quarto similar. Depois lhe construíram uma habitação um pouco melhor e maior.

Construíram também a primeira Casa do Peregrino, com uns dez metros de comprimento por quatro de largura, bancos para as conferências e uma choça redonda para meditação, de uns 2 metros de diâmetro. Ali o Mestre estabeleceu um altar e o chamou ‘Sanctum de meditação’.

Por causa do intenso calor desta região caribenha, quase sempre se via o Mestre sem camisa e sem sapatos. Certamente, por trás disto também existiam razões econômicas, uma vez que ele jamais cobrou pelo ensinamento. O fato é que, nesta época, o Mestre possuía apenas um par de sapatos e os utilizava somente em certas ocasiões. O mesmo ocorria com uma camisa branca.

Como já era muito experimentado com os elementais e seus poderes mágicos e curativos, publica ainda, em 1952, a primeira edição do “Tratado de Medicina Oculta e Magia Prática”.

Era feliz comendo, com os indígenas, iguarias raríssimas em seus pratos de barro e colheres de pau. Ali o Mestre vivia de forma austera. Sua disciplina era firme, todos os dias fazia de três a seis horas de meditação. Muitas foram as vezes que dormiu sobre uma tábua, tendo como travesseiro um ladrilho.

Ensinava o Mestre que neste Caminho havia processos dolorosos, muito dolorosos. Por isso, aqueles que quisessem ter êxito deveriam começar com alguns sacrifícios físicos disciplinares.

Dizia a seus discípulos que havia começado com esta disciplina, trilhando caminhos inteiros a pé, sem dinheiro algum, dormindo onde desse, envolto apenas em “trapos”, escondendo-se da chuva quando era possível e suportando-a quando não havia outro remédio. Explicava que isso tudo foi necessário para que desenvolvesse força e vontade, que esta era a vontade de seu Pai Interno. No início, o Mestre não havia entendido que seu Pai Interno o havia acompanhado em todo este processo.

Pouco tempo depois que o Mestre mudou-se para serra, os discípulos começaram a se sentir incomodados com a esposa do Mestre e pediram para Júlio Medina conversar com ele. Então Medina procurou o Mestre e disse:

“Mestre, os irmãos da serra não se sentem bem com a forma tão dura como o trata a comadre; eles se incomodam que o senhor nem sequer proteste, que não seja capaz de censurá-la”.

O Mestre respondeu: “Diga-me uma coisa, tu és comerciante, com quanto dinheiro melhorariam teus negócios?”

Disse Medina: “Com 100.000 pesos (hoje equivalentes a 100.000 dólares)”.

E o Mestre disse: “Bem, e que farias com uma pessoa que te emprestasse esse dinheiro sem cobrar juros nem documento algum para garantir a dívida e te permitisse pagá-lo quando quisesses?”

Medina respondeu: “Seria capaz de limpar a cadeira para agradá-lo, e abandonar tudo para atendê-lo”.

O Mestre interrogou: “Bom, mas se teu prestamista fosse grosseiro, bravo e malcriado, aceitarias a oferta de proteção?”

O senhor Júlio Medina disse que perdoaria as más-criações e que não as levaria em conta. Então o Mestre concluiu:

“Correto, outro tanto faria eu. Agora vejamos o caso da Negra: ela está me dando, sem juros, um capital maior que o teu; com esse capital divino me converterei em um Mestre do Mahanvantara; que importa que me xingue e até me lacere? Ela é meu sócio capitalista”.

Sua estadia na serra e a difusão internacional dos livros provocaram uma verdadeira “imigração espiritual” até o local. Começaram a chegar pessoas de várias religiões e escolas esotéricas, todas buscando o ensinamento direto que transmitia o Mestre, e este começa então a instruí-las com cátedras maravilhosas dos mais diversos temas. Assim, surge na serra o primeiro grupo. Ali o Mestre realizou muitas curas milagrosas.

As obras escritas continuaram. Em 1953, é publicado o livro “Rosa Ígnea” e a primeira edição de “As 7 Palavras”. Em 1954, é editado o “Tratado de Alquimia Sexual”.

As autoridades tentaram, por várias vezes, subir a serra para prendê-lo, mas a natureza sempre impedia. Porém, quando o Mestre descia normalmente era preso. Em uma das tantas noites que passou preso apresentou-se de forma astral em casa. Mexeu com sua esposa, cobriu Ísis e contemplou amorosamente a pequena Hypatia.

Em 1953, comenta com Júlio Medina: “Ando um pouco confuso porque sei que a Negra ficará grávida, e será homem. Mas sou casto, então meu não será.”. A esposa ouviu e respondeu: “Se eu tiver outro filho também será teu, como os outros”.

Infindáveis meditações teve o Mestre que fazer, rogando à Divindade que lhe desvelasse o mistério. Por fim, depois de muita intranquilidade, pôde conhecer o mistério da fecundação por meio de um único espermatozoide forte e vigoroso.


20 de fevereiro de 2013

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