Jardim dos Mestres

O Advento de Samael

Na serra, entre 1953 e 1954, o Mestre recapitula os processos iniciáticos da Terceira, Quarta e Quinta Iniciações Maiores. O evento mais fantástico que ocorreu na serra foi o Advento de Samael.

O Advento de Samael aconteceu no dia 27 de outubro de 1954, no Templo de Mistérios Maiores, em Serra Nevada, quando alcançou a Quinta Iniciação de Mistérios Maiores.

Neste dia, o Mestre tomou a decisão de entrar no Templo subterrâneo rapidamente. Muitos dos discípulos que o acompanharam estranharam essa atitude porque ele não levava nada que pudesse iluminar o caminho de acesso ao Templo, e até mesmo aqueles que conheciam a trilha precisavam de luz.

Samael pediu aos discípulos mais próximos que permanecessem junto dele e que não saíssem dali de forma alguma. Pediu também que esses discípulos o ajudassem a realizar certos trabalhos esotéricos, dos quais, na gnose, apenas os devotos sinceros poderiam participar.

Após ter dado todas as orientações, iniciou-se uma terrível tempestade, que durou três dias e três noites. Seu corpo ficou deitado sobre uma grande cruz desenhada em um papel e colocada no leito onde descansava seu corpo.

Após o rito regulamentar realizado no Templo, o Mestre caiu em estado cataléptico. Em torno da imagem do Mestre começaram a acontecer alguns fenômenos estranhos ocasionados pela Loja Negra. Os guardiões ficaram assombrados, mas permaneceram firmes.

A almofada onde estava apoiada a cabeça do Mestre incendiou-se repentinamente. A cabeça e corpo do Mestre permaneceram imunes ao fogo. O silêncio Divino reinava naquele momento em que ele recebia o seu Real Ser.

Após terminado o processo, o Mestre despertou perguntando onde estava e o que havia acontecido, dizia se sentir duplo e balançava a cabeça ao mesmo tempo.

Alguns discípulos notaram maior lucidez em suas ideias e conceitos, outros perceberam mudanças transcendentais, sendo a mais notável a mudança da voz, que se tornou metálica e forte; e houve ainda os que disseram não terem percebido qualquer mudança.

Um dos discípulos que presenciara o advento relatou que teve uma percepção clarividente durante aquele processo. Narrou que viu uma grande luz que iluminava toda a montanha e, no meio dela, aparecia uma carruagem celestial. Desta carruagem desceu o Logos de Marte e penetrou no corpo do Hierofante.

Conforme o Mestre foi trabalhando e ensinando, seu Real Ser foi se desenvolvendo. Muitas vezes escrevia a doutrina e depois ia estudar aquilo que seu Real Ser ensinou.

Durantes os processo da Quinta Iniciação de Mistérios Maiores, o Guardião dos Caminhos mostrou a espiral nirvânica a Samael. Esta espiral era um caminho que se perdia no infinito. Ao mesmo tempo lhe dizia o Guardião:

“Este é um bom caminho”.

Depois, mostrando o caminho direto, disse:

“Este é um trabalho superior. Qual dos dois caminhos vais escolher?”

Samael respondeu:

“Permite-me pensar?”

“Para isso não se pensa”, respondeu o Guardião, acrescentando:

“Decida-te agora mesmo”.

Então Samael disse:

“Vou pelo caminho direto, que conduz ao Absoluto, ao Absoluto!”

“Senhor, este caminho é muito duro”, advertiu o Guardião.

“Não importa, vou para o Absoluto”, exclamou Samael, decidido.

“Estás louco, não compreendes que este caminho é difícil e perigoso”, insistiu o Guardião.

“Vou para o Absoluto!”, concluiu Samael.

O Guardião dos Caminhos se retirou e, dias depois de ter tomado sua decisão, Samael viu o cintilar luminoso do planeta Marte, compreendendo que o Templo Coração do Planeta Marte o estava chamando. Ali o aguardava o Pai, que está em segredo.

“Meu filho, se a ti fossem entregues as portas do Universo, esquecer-te-ias de mim?”

“Não, meu Pai, eu não me esqueci de Ti. O que acontece é que escolhi o caminho que conduz diretamente ao Absoluto”.

“Sim, meu filho, te esqueceste de mim”, disse o Pai.

“Meu Pai, vim beijar Tua mão e receber Tua bênção”, disse Samael. Estendeu então o Ancião sua mão para que ele a beijasse e logo lhe deu a bênção, cheio de amor.

Embora fosse o Kalki Avatar de Aquário e se declarasse como tal, não aceitava o culto à sua personalidade, dizendo que o único que realmente merecia culto era o seu Real Ser.

Nunca quis seguidores e imitadores de sua personalidade. Orientava para que fossem seguidores e imitadores da doutrina. Qualificava-se como um farol no mar da existência, era contra a escravidão de almas. Dizia que era apenas mais um Mestre e que quem quisesse encontrar um Mestre deveria buscá-lo dentro das profundidades de sua própria consciência.

Um certo dia perguntaram ao Mestre o que significava ser um Buddha Maitreya Kalki Avatar da Nova Era de Aquário, sabendo que ele era um deles.

Com muito gosto o Mestre explicou que um “Kalki Avatar” é um Avatar para a Idade de Kali Yuga na Era de Aquário. Explicou que a palavra “Avatar” significava “Mensageiro”. E que ele era apenas um mensageiro, um entregador de mensagens, um empregado da Grande Obra, um carteiro cósmico, já que estava dando o conteúdo de uma carta cósmica. Concluiu que não tinha qualquer motivo para ter orgulho, pois um Avatar era apenas isso.

Em relação ao termo “Buddha Maitreya”, esclareceu que o Buddha Íntimo, em si mesmo, é o Real Ser interior de cada um de nós, o qual é denominado Buddha quando o Íntimo se autorrealiza. O termo “Maitreya” possui uma conotação individual e coletiva. Quando individual, representaria um Mestre chamado “Maitreya”; no coletivo, seria qualquer iniciado que se cristificou, e por isso era um Buddha Maitreya.


22 de fevereiro de 2013

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