Depois que Júlio Medina passou pelas provas iniciáticas, o Mestre disse: “Agora tenho alguém com quem fazer tratos. Antes, duvidaste de mim. Mas, depois de passar pelas provas Iniciáticas, posso confiar em ti, já conto com um discípulo real.”
No final de outubro de 1949, o Mestre viaja para escrever seu livro – o primeiro de muitos que escreveria. Vivendo na pobreza, começou a escrever livro no chão, e as últimas páginas foram redigidas sobre uma caixa de madeira.
Em janeiro de 1950, regressa com sua família a Ciénaga e mostra a Medina o trabalho realizado: nove cadernos de 50 folhas cada um; ali estava o manuscrito do livro que se chamaria “O Matrimônio Perfeito”.
Medina datilografou tudo e depois apressou-se em negociar os originais nas gráficas de Ciénaga, Santa Marta e Barranquilla. Todas se negavam, de imediato, a publicar aquele livro. Finalmente, consegue editá-lo em uma gráfica que, até aquele momento, só havia produzido convites. As páginas saíam cheias de erros, trabalhou-se dia e noite para corrigir o que era possível, mas o Mestre tinha muita urgência que o livro saísse. Diante disso, Medina diz:
“Mestre, mas o livro está saindo com erros. O que fazemos?”
“Deixamo-los como pasto para os intelectuais” – respondeu rapidamente o Mestre.
Certo dia, com a meditação, a castidade e a transmutação, Aun Weor despertou no interno diante do Altar da Iniciação. Ali se viu como um Hierofante de Nona Iniciação de Mistérios Menores. Um Mestre da Loja Branca o acompanhava, e a ele perguntou:
“Por que despertei?”
E o Mestre lhe respondeu:
“Porque utilizaste a Castidade Científica”.
E o Mestre Aun Weor lhe disse: “E por que não despertei em Bogotá, onde a pratiquei até a saciedade?”
Ao que o Mestre da Loja Branca respondeu: “Porque eras adúltero”.
Nos primeiros dias do mês de maio de 1950, foi publicada a primeira versão de o “Matrimônio Perfeito” ou “A Porta de Entrada à Iniciação”. A primeira tiragem foi de dois mil exemplares.
Nestes tempos, as Lojas Maçônicas estavam fechadas por ordem do regime ditatorial. Assim, quando o livro foi a público, não se sabia o que poderia acontecer. O Mestre e o discípulo passaram por momentos difíceis, correram até risco de vida.
O público desdenhou a obra por considerá-la imoral e pornográfica. Porém, no mundo espiritualista da Colômbia e da América Central, o livro provocou uma verdadeira revolução.
Logo vieram as críticas, as mais intensas de sociedades esotéricas que acusavam o autor de violar segredos e de vulgarizar e profanar a doutrina.
Certa ocasião, o Mestre envia Julio Medina para Bogotá, para distribuir os exemplares de sua obra em frente à Igreja Teosófica Liberal, na saída do rito. De volta, Medina informa que muitos livros haviam ido parar na cesta de lixo. Então, o Mestre lhe disse: “Dali os recolherão os que deles necessitam”.
Tempos depois, o Mestre solicita listas de todas as sociedades e grupos espirituais da América Central e do Sul e envia três exemplares para cada uma. Em seguida, os livros foram enviados aos centros cherenzistas, rojistas, espiritualistas e a toda classe de escola na Colômbia.
Os livros distribuídos começaram a cumprir sua missão. Foram caindo nas mãos certas e começaram a chegar cartas, tanto da Colômbia como de outras nações, as quais eram respondidas incessantemente.
Em outubro de 1950, é publicado o livro “A Revolução de Bel”. Uma das grandes metas do Mestre era sempre a de que seus livros tivessem uma boa apresentação e que fossem bem baratos, acessíveis a qualquer pessoa.
O Mestre Aun Weor alcançou a Primeira Iniciação de Mistérios Maiores no final de 1950, quando estava em Ciénaga. Depois desta Iniciação, tornou-se mais nítida a sua percepção e a sua sabedoria.
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