A Sede Mundial

Após a abertura da “Sede Mundial”, esta se tornou o centro do movimento que se organizou em toda América Latina e se estendeu para o mundo inteiro.

Sempre que as pessoas liam ou ouviam falar sobre a Sede Mundial do México, geralmente imaginavam um imponente edifício, com inúmeros escritórios, funcionários, salas de reunião, máquinas de escrever, etc. Mas a famosa Sede Mundial dos gnósticos do século 20 nunca passou de um pequeno escritório localizado no piso superior da própria casa do Mestre. Na sala havia apenas uma escrivaninha de cor metálica, uma máquina de escrever elétrica IBM, comprada e doada pelo grupo de Nova lorque, e uma poltrona reclinável, onde o Mestre fazia suas meditações, dava orientações e ditava cartas.

Não havia sequer um arquivo de aço, uma vez que o Mestre nunca guardava nada, e todas as cartas eram queimadas algum tempo depois de terem sido respondidas.

A biblioteca do Mestre devia ter no máximo uns 20 volumes, dos quais fazia parte uma obra escrita em sânscrito por Sivananda, com quem ele se correspondia.

Dois objetos do escritório eram preferidos pelo Mestre: um mapa-múndi e uma estátua de Buda.

Apenas uma das paredes era decorada com um quadro do signo de Gêmeos, desenhado por Johfra. O escritório era vazio de objetos.

Quando chegavam as correspondências, o Mestre sentava-se na sua poltrona reclinável em atitude de meditação e respondia as cartas sem abri-las. Levava atenção ao coração e passava a ditar aquilo que deveria ser respondido. Por várias vezes, pedia para que algumas cartas fossem jogadas ao lixo porque só traziam críticas e palavras negativas, dizia que não mereciam leitura, mas sim a lata de lixo.

Em certas ocasiões, o Mestre ficava triste com parte dessas cartas. Dizia que muitas correspondências pediam poder e riqueza, e que poucas eram as aquelas que pediam orientações sobre como morrer em si mesmo e nascer espiritualmente.