Nesta manhã eu gostaria de falar um pouco mais sobre alguns meios habilidosos para auxiliar a prática de meditação, em especial, aquilo que se pode ler nos ensinamentos do Buda, repetidas vezes, que a causa próxima de alcançar samadhi, estados mentais de profunda paz, é uma mente feliz, uma mente imbuída de alegria. É muito bom lembrar que uma mente cansada, deprimida, raivosa ou chateada, não é de fato o tipo de mente que pode ser trabalhada e usada para alcançar esses estados mentais pacíficos e tranqüilos. Nesses casos, vocês vão notar que se distraem, que ficam imaginando, ou acabam caindo no sono durante sua prática de meditação. Portanto, nessa prática de meditação, nós, intencionalmente, fazemos surgir a alegria na mente, seja quando estamos meditando, seja quando estamos num retiro de meditação. Essa é uma das razões pelas quais nós tentamos fazer retiros de meditação em lugares bem tranqüilos e belos. Lugares onde alguém pode usar sua percepção para fazer surgir alegria. Assim como muitas coisas na vida, a alegria está sempre lá. É só uma questão de voltar a atenção para percebê-la, para se permitir encantar com o som dos passarinhos lá fora, com a brisa batendo no rosto, ou perceber que este fim de semana, que este retiro de nove dias, é uma oportunidade de vocês estarem livres de todos os seus fardos e responsabilidades diárias. Vocês não têm que fazer nada. Vocês não têm que se preocupar com nada. Foquem a mente no que há de positivo nessa situação, procurem felicidade, procurem alegria. Vocês vão descobrir que a alegria está aqui, e vocês podem começar se deleitando com a beleza do jardim, com a brisa ou com o canto dos passarinhos. E isso serve como uma preparação para a mente. Isso faz a mente se sentir feliz. Dá alegria a ela. A alegria expande e dá energia à mente, e, essa mente mais ampla, energética e feliz é uma mente muito mais fácil com que se trabalhar. Com esse tipo de mente é muito mais fácil alcançar os resultados da meditação que vocês estão buscando.
Um dos princípios básicos que os monges conhecem muito bem é que dá para reconhecer alguém que se tornará um bom meditador em pessoas que têm o coração leve e vivem sorridentes. Os monges felizes geralmente são bons meditadores; o mesmo se aplica aos leigos felizes. Aqueles que são felizes, que sabem sorrir, que podem levar a vida de uma forma tranqüila e leve, aqueles que sabem procurar e encontrar alegria na vida geralmente são aqueles que conseguem atingir estados mais profundos de concentração. Uma mente feliz e uma mente que se concentra facilmente estão intimamente relacionadas. Portanto, um pré-requisito importante para a prática de meditação é desenvolver essa felicidade e sempre buscar meios de desenvolvê-la, seja desfrutando seu café da manhã, seja contemplando a natureza deste local, seja refletindo que vocês têm liberdade nesses nove dias, seja usando outros métodos para desenvolver um estado mental feliz.
Um dos métodos para se desenvolver um estado mental feliz é a meditação de amor-bondade (metta), porque ela geralmente traz felicidade e alegria à mente. Na meditação de metta se cultiva um sentimento de cordialidade por todos os seres. Muitos de vocês estão bem familiarizados com esse tipo de meditação, mas eu gostaria de estender esse tipo de meditação para uma área interessante que vocês talvez queiram experimentar. É uma área que eu achei ser muito útil. Essa área é o desenvolvimento da meditação de amor-bondade, metta, em relação à sua respiração. O sentimento de amor-bondade é aquele que engloba, aceita, nos faz sentir simpatia e gratidão com relação ao objeto.
Então, se vocês estiverem desenvolvendo amor-bondade direcionado à respiração, a cada inspiração e expiração, vocês cultivam o mesmo tipo de atitude e reflexão porque essa respiração tem lhe servido durante toda a sua vida, ela tem lhe mantido vivo e lhe nutrido. Muito freqüentemente nós não valorizamos aquilo que acontece o tempo todo; nós acabamos sendo ingratos. Nós simplesmente deixamos o ar entrar e sair sem nem ao menos levar em conta esse fato. Desenvolver esse sentimento de amor-bondade direcionado à inspiração e à expiração é um modo de manter a atenção na respiração, com simpatia, gratidão, e uma energia leve e carinhosa. Vocês podem olhar para a sua respiração como se estivessem olhando para os seus pais, para alguém que lhes nutriu, que lhes sustentou e que lhes manteve vivos. Ou então vocês podem olhar para ela como se ela fosse um filho de vocês, por ela ter cuidado de vocês até aqui, agora vocês podem proteger e cuidar dela também. Se vocês olharem para a respiração com esse tipo de atitude, com amor, bondade e simpatia, será mais fácil manter a atenção na respiração. Isso ocorre porque vocês começam a dar valor a ela, e aquilo que cuidamos, aquilo com que nos preocupamos, causa uma marca mais profunda na percepção. Outra razão é que a meditação de amor-bondade, quando ganha força, é sempre um tipo de meditação alegre, ela traz alegria à mente a cada respiração.
Dessa forma, quando eu faço esse tipo de meditação, não estou apenas observando a respiração. Estou observando a respiração com metta, agradecendo a respiração, cuidando da respiração, amando a respiração por ela cuidar de mim, como se ela fosse um amigo querido. Quando eu inspiro, inspiro com esse sentimento de zelo que abraça a respiração do início ao fim. Observo a expiração com o mesmo sentimento de bondade e zelo que a abraça. E para mim, além da percepção da respiração ficar mais clara na mente, a respiração se torna algo mais agradável de se observar. Se o objeto em que vocês estão tentando focar a mente estiver acompanhado por um certo nível de alegria, fica muito mais fácil observá-lo. Se o objeto em que vocês estão tentando focar é doloroso, inquietante ou perturbador é muito mais difícil observá-lo. Se for um objeto do tipo neutro, devido ao tédio, é muito fácil que ele desapareça gradualmente do foco da mente. Contudo, se vocês desenvolverem a percepção do objeto como algo atrativo, alegre, belo, digno de cuidado, então ficará muito fácil focar a atenção nele. Portanto esse é um dos meios habilidosos – desenvolver amor-bondade em torno da experiência da respiração, de forma a permitir que a atenção seja mais facilmente aplicada em cada respiração. A respiração não se torna algo neutro. Ela se torna algo alegre, atrativo, belo, e, também vocês vão ver que ela se torna mais fácil de ser observada.
O amor-bondade não somente torna a respiração um objeto fácil de ser observado, mas também começa a alimentar um estado mental que é muito importante em estágios mais avançados de meditação, que é o estado emocional da mente. Se alguém vai levar a meditação a níveis mais profundos, especialmente se alguém estiver para entrar em um dos estados de Jhana, essa pessoa deve ser capaz de se sentir à vontade com esses poderosos estados emocionais – porque se alguém for descrever algo como um Jhana, a descrição é similar à de estados emocionais da mente, um estado de grande êxtase e poder, o que é muito mais próximo dos estados emocionais do que dos estados racionais da mente. Para isso pode-se fazer poderosas e efetivas preparações desenvolvendo, intencionalmente, aquela amabilidade e felicidade que são trazidas pela meditação de metta – fazendo isso vocês estão, de fato, preparando a mente muito bem para aceitar as mais profundas emoções dos Jhanas. Por essa razão, se uma pessoa estiver desenvolvendo a meditação de metta na respiração ou a meditação de metta em geral, isso se torna uma ferramenta muito útil e habilidosa para se incorporar na prática. A meditação de metta não só traz um estado mental feliz e pacífico, mas também um aspecto emocional da mente que prepara vocês para aceitarem os estados emocionais dos Jhanas. Nos Jhanas vocês, na verdade, sentem o estado mental. Vocês não pensam sobre o estado. Portanto essa é uma das formas úteis e habilidosas que vocês podem experimentar usar durante este retiro de meditação – desenvolver o amor-bondade em relação à respiração assim como, de vez em quando, treinar a meditação de metta para tornar a mente mais clara.
Entretanto, há muitos outros meios habilidosos que alguém pode usar para iluminar e trazer alegria para a mente, e esses meios fazem parte das meditações que o Buda ensinou. Três dessas meditações são reflexões sobre o Buda, o Dhamma e a Sangha, o que é uma das razões porque quero incorporar a recitação nesse retiro. Esses cânticos que nós fazemos são reflexões sobre o Buda, o Dhamma, a Sangha e suas respectivas qualidades. E, se alguém tiver sensibilidade ao que essas três palavras significam – o Buda, o Dhamma e a Sangha – então refletir sobre elas, manter o significado dessas palavras na mente e sustentar a atenção no significado dessas palavras por tempo suficiente, muito freqüentemente trará fortes sentimentos de felicidade e alegria. É um meio de trazer luminosidade, felicidade e alegria para a mente, isso serve como um aquecimento para a prática de meditação. Após isso segue-se para a observação da respiração. Essa é outra forma de trazer alegria à mente.
Para aqueles que são budistas tradicionais esse é um método muito efetivo de se começar a meditação. Pelo que sei, na Tailândia, é muito comum ensinarem as pessoas a começar a sessão de meditação prestando homenagem mentalmente ao Buda, ao Dhamma e à Sangha. Para um budista tradicional, só de prestar homenagem com sua mente, refletir naquelas qualidades, pode trazer muita felicidade e alegria, trazer uma leveza, um sentimento de grande admiração. Isso serve como uma preparação mental para a meditação focada na respiração que é feita em seguida. Se vocês acharem que têm habilidade para fazer surgir convicção ou confiança nas qualidades do Buda, do Dhamma e da Sangha, e se vocês tiverem facilidade em fazê-lo e além disso isso lhes traz alegria e estados mentais felizes, então eu encorajo que isso seja feito durante o retiro de meditação. Comecem a meditação refletindo naquilo que o Buda fez, em quem ele foi, na bondade e na compaixão demonstradas por ele, e tudo mais que a palavra significa para vocês. Reflita na maravilhosa bênção que é para o mundo o fato de que tenha existido um ser como o Buda e o grande benefício que a vida dele trouxe a todos nós. Nutrindo tais pensamentos deve começar a surgir uma certa leveza no coração, uma certa alegria, que é justamente o tipo de preparação mental sobre a qual estou falando. Vocês também podem refletir sobre o Dhamma, os ensinamentos que vocês ouviram; aquilo que diminuiu seus sofrimentos, aquilo que soou tão belo e encantador.
Se alguém desenvolve um gosto por algo é possível que ele desenvolva amor por isso. Eu lembro de ter visto na minha juventude pessoas ouvindo uma peça musical e começarem a chorar. Se vocês puderem desenvolver certa apreciação pelo Dhamma, e vocês lerem um ensinamento muito profundo do Buda, ou até mesmo o ouvirem, repito, isso pode trazer lágrimas de alegria aos seus olhos. Se vocês forem desse temperamento, somente refletir e relembrar de alguns dos ensinamentos do Buda, alguns de seus favoritos trechos do Dhamma, vai também trazer esse sentimento de leveza, alegria e felicidade à mente; então vocês podem usar isso, como o começo, como um ponto de partida para a meditação focada na respiração. Caso não seja o Buda, nem o Dhamma, pode ser a Sangha. Relembre-se de alguns monges e monjas que vocês conheceram, que lhes inspiraram, alguns pelos quais vocês tenham grande respeito, mesmo aqueles que vocês não conheceram, mas apenas chegaram a ler a respeito. Desenvolva uma apreciação por esses membros da Sangha. Ou então desenvolva essa mesma idéia com relação a toda a Sangha ao longo da história – isso deve ser capaz de lhes trazer felicidade.
Por muitos anos fui monge na Tailândia e pude visitar grandes professores de lá. É muito simples para mim visualizar um desses grandes monges que conheci pessoalmente e apreciar os benefícios que eles trouxeram ao mundo e os benefícios que eles ainda estão trazendo. Somente imaginando isso, cultivando esse pensamento e desenvolvendo-o, minha mente fica preenchida de gratidão, amor, leveza e alegria por esses seres existirem no mundo. Isso me dá uma base para o desenvolvimento da felicidade, e então, poder desenvolver a meditação na respiração. Então, se vocês tiverem esse tipo de mente, vocês podem tentar desenvolver as reflexões sobre o Buda, o Dhamma e a Sangha, desenvolvendo felicidade e alegria.
As meditações ou reflexões nas qualidades do Buda, do Dhamma e da Sangha não são poderosas o suficiente para levá-los a Jhana. O propósito delas é de superar os obstáculos mais grosseiros ao desenvolvimento de estados de profunda tranqüilidade, estabilidade e quietude. Em particular, elas servem para desenvolver uma mente feliz, uma vez que essa mente feliz esteja estabelecida pode-se ir mais adiante mudando de objeto de meditação para algo como a respiração, então pode-se ir mais adiante e entrar em Jhana.
Uma das outras formas de se desenvolver felicidade e alegria na meditação é uma que eu uso muito, especialmente agora, em meu papel como monge sênior no monastério em Serpentine. Essa forma se trata de refletir, trazer à memória, relembrar, todos os serviços que foram dados e prestados. Algumas vezes, no Ocidente, nos recomendam, nos ensinam, a não nos elogiar ou pensar muito em nossa bondade ou aquilo que nós fizemos pelo bem de outros. Mas no ensinamento do Buda não se pode encontrar palavras que desencorajem vocês pensarem em tais coisas. De fato, vocês são encorajados a refletirem sobre sua generosidade passada, serviços prestados, e refletir nisso várias e várias vezes. Se vocês conseguirem trazer à mente tudo que vocês fizeram pelos outros, tudo que é bom, nobre e afetuoso, todo esse bom kamma que vocês fizeram em dias passados, semanas passadas ou anos passados, e refletirem muito sobre isso, novamente surgirá felicidade e alegria na mente. A razão pela qual atualmente uso essa meditação é que algumas vezes posso estar fazendo várias atividades externas – indo à cidade, correndo o dia todo, fazendo isso e aquilo para os outros – e muito freqüentemente, quando volto para o monastério depois do fim de semana, estou muito, muito cansado, fisicamente desgastado por fazer tantas coisas. A única forma que encontrei para meditar nessas noites é sentar e pensar em tudo de bom que fiz. Não é para me deixar orgulhoso, mas isso me deixa feliz e traz energia e alegria para minha mente. Não tenho medo de, por exemplo, chorar de alegria por causa de todo o serviço que fiz durante o dia, porque isso realmente me faz sentir dessa forma. Isso me traz a emoção da felicidade e da alegria.
Uma vez que vocês pratiquem assim vocês vão perceber que todo o serviço que prestaram aos outros, ou todo o mérito que fizeram durante o dia, ou durante suas vidas, pode liberar uma fonte de energia e poder que pode ser usada na meditação. Isso se torna uma fonte de energia muito poderosa, uma fonte muito forte de alegria. Uma vez que a felicidade e alegria estejam fortes, colocando o foco da mente na respiração ela se torna muito fácil de observar. Além da respiração ficar mais clara a mente obteve energia. A mente obteve felicidade para que possa atingir estados de profunda meditação, e isso foi obtido com os exercícios preliminares de desenvolver a reflexão de sua bondade no passado, fazendo uma reflexão sobre o Buda, o Dhamma e a Sangha, ou refletindo sobre o amor-bondade. Isso é parte do treinamento de meditação para sermos capazes de praticar a meditação na respiração – meditação na respiração não é apenas ser capaz de observar a respiração. É também saber como se preparar para observar a respiração, saber como fazer esses exercícios preliminares e saber quando eles são necessários.
Algumas vezes as pessoas não praticam a reflexão sobre o Buda, o Dhamma e a Sangha porque elas têm medo disso; talvez seja por causa de algum condicionamento aversivo contra qualquer tipo de fé na mente, gerado por experiências no Cristianismo ou em outras religiões. Mas vocês têm total controle sobre a fé que queiram desenvolver. Vocês podem parar quando quiserem, mas a fé é uma força na mente que vocês podem usar a seu favor. Ela não será usada contra vocês. O poder dessas emoções não é perigoso contanto que a fé seja balanceada com a sabedoria e, na maioria dos Ocidentais, a sabedoria é muito mais forte que a fé. Contanto que a fé e a sabedoria estejam equilibradas, não há perigo. Somente quando a fé é muito forte e a sabedoria muito fraca, pode haver algum perigo. Mas aqui vocês podem se sentir seguros que não há nada a temer no desenvolvimento desses tipos de mente com fé. De fato, esse tipo de mente com fé, através da confiança e da alegria, vai na verdade servir como um propulsor para vocês entrarem em estados mais profundos de meditação. Portanto essas são as formas de preparar a mente para fazer a meditação baseada na respiração.
Se alguma vez vocês acharem que suas mentes estão entorpecidas ou sem energia, e estiverem achando difícil seguir as respirações, vocês podem tentar uma dessas meditações; ou a meditação de amor-bondade, ou sobre o Buda, o Dhamma, a Sangha, ou a meditação sobre a bondade no passado. Ou, no caso de isso não funcionar, desenvolvam alegria simplesmente por sentar ao ar livre, caminhar ao ar livre, e desenvolver essa percepção, essa percepção positiva, de que temos um corpo saudável, um corpo razoavelmente saudável. Vocês já encontraram a oportunidade de virem a um retiro de meditação. Vocês já fizeram um enorme quantidade de bom kamma, muitos méritos, só de chegarem até aqui. Isso deveria trazer felicidade e alegria às suas mentes, e caso isso ocorra, isso deve ser usado para alcançar estados mais profundos de meditação.
Há uma história, do tempo do Buda, em que Visakha, a principal discípula leiga, perguntou ao Buda se ela poderia obter uma permissão especial para dar aos monges e monjas mantos para a estação chuvosa, e também dar a primeira refeição para quaisquer monges e monjas que chegassem na cidade, e a última refeição antes que eles seguissem suas jornadas, e se ela também poderia dar comida aos monges e monjas doentes e também aos que estavam servindo aos doentes, porque se houvesse um monge ou monja doente eles poderiam necessitar de comida especial, e porque aqueles que estavam cuidando dos doentes não teriam tempo de encontrar comida para si mesmos. Ela perguntou ao Buda se ela poderia ser a responsável por fazer tudo isso. E o Buda respondeu: ‘Não dou tal permissão a apenas uma pessoa ao mesmo tempo que nego às outras. Por que eu deveria dar essa permissão somente a você?’ Visakha, respondeu, ‘Se você me permitir fazer isso, então quaisquer monges ou monjas que atinjam alguma realização na meditação, ou atinjam qualquer estágio do despertar, ou se tornem completamente despertos nesse monastério, no bosque de Jeta, terão sido alimentados por mim pelo menos uma vez quando chegaram. Muito provavelmente, eu também os teria alimentado antes de saírem, ou quando estavam doentes ou cuidando dos doentes, e eu teria dado a eles mantos para a estação das chuvas. E quando eu refletir sobre isso ou quando eu me lembrar que eu ajudei ou contribuí nas realizações desses monges e monjas, isso me deixaria tão feliz e alegre que eu poderei usar essa felicidade e alegria para desenvolver samadhi. Desenvolvendo samadhi eu serei capaz de compreender e ver por mim mesma os seus ensinamentos; eu me tornarei uma nobre discípula’. O Buda ficou tão impressionado com a sabedoria e entendimento demonstrados por Visakha que ele lhe concedeu essa permissão. Embora ele não tenha podido dar a permissão inicialmente, ele pôde depois, porque ela entendeu que isso é um meio de desenvolver alegria que, por sua vez, é um meio de desenvolver samadhi.
Dessa forma, qualquer ação bondosa que vocês fizeram durante o dia, durante as semanas, durante os anos, tragam isso à mente, desenvolvam uma reflexão sobre isso. À medida que vocês refletirem mais e mais sobre o lado bom de suas vidas, o belo, o leve, o afetuoso, o generoso, o lado maravilhoso, isso trará felicidade e alegria, e vocês vão ver que é muito fácil desenvolver meditações cheias de êxtase. Não tenham medo dessa emoção de auto-estima. Usem esses meios hábeis juntamente com a técnica básica da meditação focada na respiração.
Por Ajaan Brahmavamso
fonte: http://www.acessoaoinsight.net
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