Trecho de uma carta pessoal a Damodar K. Mavalankar, Secretário Adjunto da Sociedade Teosófica. – Por S. Ramaswamier, M.S.T.
… Quando nos encontramos pela última vez em Bombaim, contei-lhe o que havia me acontecido em Tinnevelly. Minha saúde estava abalada pelo trabalho oficial e a preocupação, de modo que solicitei uma licença médica, que foi devidamente concedida. Certo dia, em setembro último, enquanto estava lendo em meu quarto, recebi ordens pela voz audível de meu abençoado Guru, M – Maharsi, de deixar tudo de lado e partir imediatamente para Bombaim, onde deveria procurar a Sra. Blavatsky onde quer que pudesse encontrá-la e segui-la onde quer que fosse. Sem perder tempo, encerrei todos meus assuntos e parti, pois as tonalidades daquela voz são para mim o som mais divino da natureza; suas ordens, imperativas. Viajei vestindo meu manto de asceta. Ao chegar em Bombaim, soube que a Sra. Blavatsky havia partido e soube também, por intermédio de você, que havia partido alguns dias antes; que estava muito doente e que, além do fato de ter partido muito subitamente com um Chela, você nada sabia do seu paradeiro. E agora, devo contar-lhe o que me aconteceu depois que me despedi de você.
Sem realmente saber para onde deveria ir, tomei um trem para Calcutá; mas, ao chegar em Allahabad, ouvi a mesma voz bem conhecida mandando-me ir para Berhampore. Em Azimgunge, no trem, encontrei de modo muito providencial, poderia dizer, com alguns Babus (não sabia então que eram teosofistas, já que não os conhecia), que também estavam à procura da Sra. Blavatsky. Alguns a haviam seguido até Dinapore, mas perderam sua pista e voltaram para Berhampore. Sabiam, disseram, que ela estava indo ao Tibete e queriam lançar-se aos pés dos Mahatmas para obter permissão de acompanhá-la em sua viagem.[1] Finalmente, como foi-me dito, receberam uma nota dela, informando-os que viessem se assim o desejavam, mas que ela própria estava proibida de ira ao Tibete neste momento. Deveria permanecer, disse, mas vizinhanças de Darjeeling e veria os IRMÃOS no território sikkim, onde eles não teriam permissão para segui-la. … O Irmão Nobin[ii], Presidente da Sociedade Teosófica Adhi Bhoutic Bharatru, não queria dizer-me onde estava a Sra. Blavatsky, ou talvez ele próprio não o soubesse. De qualquer modo, ele e outros arricaram tudo na esperança de ver os Mahatmas. No dia 23, finalmente, fui trazido por babu Nobin de Calcutá para Chandernagore onde encontrei a Sra. Blavatsky pronta para partir, em cinco minutos, como trem. Um Chela alto, de cabelos escuros (não era Chunder Cusho, mas um tibetano, suponho, a julgar por suas vestes) que encontrei após ter atravessado o rio com ela em seu barco, disse-me que eu havia chegado muito tarde, que a Sra. Blavatsky já havia visto os Mahatmas e que ele a tinha trazido de volta. Não ouviu minhas súplicas para levar-me com ele, dizendo que não tinha outras ordens a não ser aquelas que já haviam cumprido, isto é, levá-la cerca de 25 milhas, até além de um certo lugar que referiu e, agora, verificar se ela estava a salvo na estação, após o que, retornaria. Os irmãos teosofistas bengalis também a tinham seguido, chegando à estação meio hora mais tarde. Atravessaram o rio Chandernagore até uma pequena estação ferroviária no lado oposto. Quando o trem chegou, ela entrou no vagão e, ao entrar encontrei o Chela! Então, antes mesmo que suas próprias coisas pudessem ser colocadas no compartimento para malas, o trem, contra todos os regulamentos e antes que a sirene houvesse tocado – partiu, deixando babu Nobin, os bengalis e o servidor dela para trás. Apenas um babu, e a esposa e a filha do outro – todos Teosofistas candidatos ao Chelado – tiveram tempo de entrar. Eu tive somente o tempo exato de saltar para dentro do último vagão. Todas as coisas dela, exceto uma caixa contendo a correspondência teosófica, foram deixados para trás, juntamente com seu servidor. De qualquer maneira, mesmo as pessoas que entraram no mesmo trem com ela, não alcançaram Darjeeling. Babu Nobin Banerjee e o criado chegaram cinco dias depois; e aqueles que tiveram tempo de tomar seus assentos, foram deixados cinco ou seis estações antes, devido a outro incidente imprevisto (?) em outro lugar mais adiante, chegaram a Darjeeling também alguns dias mais tarde! Não é preciso grande imaginação para saber que a Sra. Blavatsky tinha sido, ou estava sendo, talvez, levada novamente à presença dos IRMÃOS aos quais, por alguma boa razão melhor conhecida por eles mesmos, não desejavam que nós a seguíssemos e a observássemos. Dois dos Mahatmas, segundo informações consideradas seguras, encontravam-se na vizinhança do território britânico; e um deles foi visto e reconhecido – por uma pessoa que não é necessário mencionar aqui – como um elevado Chutuktu do Tibete.
Nos primeiros dias de sua chegada a Sra. Blavatsky hospedou-se na casa de um senhor bengali, teosofista. Recusava-se a receber qualquer pessoa e preparava-se, segundo eu pensei, para ir novamente para algum lugar na fronteira do Tibete. Com todas nossas investidas podemos obter apenas esta resposta dela: que não tínhamos motivo para andar grudados nela e nem para segui-la, que ela não nos queria e que não tinha o direito de perturbar os Mahatmas com todo tipo de perguntas que diziam respeito apenas aos que indagavam, pois eles conheciam melhor seus próprios assuntos. Em desespero, decidi, acontecesse o que acontecesse[iii], atravessar a fronteira que fica a cerca de 12 milhas dali e encontrar os Mahatmas, ou – MORRER. Não parei um instante para pensar que o que estava a ponto de fazer seria visto como o ato temerário de um lunático. Nunca falei nem entendia uma palavra, seja de bengali, seja de urdu ou de nepalês, nem tampouco das línguas do Butão ou Tibete. Não tinha permissão, nem “passe” do Rajá do Sikkim e, contudo, estava decidido a penetrar em pleno território de um estado independente onde, se algo acontecesse, os oficiais anglo-indianos não me protegeriam – mesmo se pudessem fazê-lo – porque eu teria entrado sem sua permissão. Mas nada disso sequer passou pela minha cabeça, estava concentrado em torno de um única idéia que crescia cada vez mais – encontrar e ver meu Guru. Sem dizer uma palavra das minhas intenções a ninguém, certa manhã, exatamente a 5 de outubro, parti em busca do Mahatma. Possuía um guarda-chuva e um bastão de peregrino como únicas armas, e algumas poucas rúpias em meu bolso. Trajava as vestes amarelas e o gorro. Sempre que me sentia cansado durante o caminho, minha indumentária facilmente permitia obter – por uma pequena soma – um pônei para transportar-me. Na mesma tarde alcancei as margens do rio Rungit, que constitui a fronteira entre os territórios britânicos e sikkhim[M1] . Tentei atravessá-lo pela ponte aérea suspensa, construída com bambu, mas ela balançou-se para um lado e outro de tal maneira que eu, que nunca soube em minha vida o quanto isto era difícil, não pude manter-me em pé. Atravessei o rio com a balsa e mesmo isto com muito perigo e dificuldade. Toda aquela tarde viajei a pé, penetrando mais e mais no coração do território sikkhim, ao longo da trilha estreita. Não sei quantas milhas andei antes do anoitecer, mas tenho certeza de que não foram menos do que vinte ou vinte e cinco. Durante o caminho só via selvas e florestas impenetráveis por todos os lados, mas a longos intervalos havia cabanas solitárias pertencentes à população da montanha. Ao anoitecer comecei a olhar em torno procurando um lugar para descansar durante a noite. Encontrei no caminho, à tarde, um leopardo e um gato selvagem; e agora fico perplexo ao pensar como pude não sentir medo nem tentar fugir. Todo o tempo alguma influência secreta apoiava-me. Medo ou ansiedade não penetraram em minha mente em momento algum. Talvez em meu coração não houvesse lugar para outro sentimento a não ser um intenso anseio de encontrar meu Guru. Quando estava já escurecendo, avistei uma cabana solitária a pouca distância da estrada. Dirigi meus passos para ela na esperança de encontrar alojamento. A porta rudimentar estava trancada. A choupana estava desocupada no momento. Examinei-a por todos os lados e encontrei uma abertura no lado oeste. Era realmente pequena, mas suficiente para eu pulasse para dentro. Havia uma pequena portinhola e um ferrolho de madeira. Por uma estranha coincidência das circunstâncias o montanhês esqueceu de trancá-la por dentro quando trancou a porta! Naturalmente, depois do que aconteceu subsequentemente, vejo hoje, através da visão da fé, a mão de meu Guru por todos os lugares à minha volta. No interior da cabana, percebi que havia uma comunicação de um quarto com outro quarto, através de uma pequena porta, e estes dois constituíam o espaço total desta casa silvestre. Deitei-me, concentrando todo pensamento em meu Guru como sempre, e logo caí em sono profundo. Antes de dormir tranquei a porta do outro quarto e a única janela. Deve ter sido entre dez e onze horas, ou talvez um pouco mais tarde, que acordei e ouvi sons de passos no quarto adjacente. Podia distinguir claramente duas ou três pessoas conversando em um dialeto que para mim parecia apenas uma tagarelice desarticulada. Agora não posso lembrar-me disso sem um estremecimento. A qualquer momento eles poderiam ter vindo ao outro quarto e me matado para roubar meu dinheiro. O mesmo destino me esperava se me tomassem por um ladrão. Este e outros pensamentos análogos encheram minha cabeça durante um tempo inconcebivelmente curto. Mas meu coração não palpitava de medo, nem por um momento sequer pensei nas possibilidades trágicas do evento! Não sei que influência secreta sustentava-me, mas nada podia desestruturar-me ou fazer-me temer; estava perfeitamente calmo. Embora estivesse deitado na escuridão, acordado e alerta, por mais de duas horas e, até mesmo tendo caminhado no quarto suave e vagarosamente, sem fazer qualquer ruído, para ver se podia fugir caso de necessidade de volta à floresta do mesmo modo em que havia entrado na cabana – nenhum medo, repito, ou qualquer sentimento similar jamais entrou em meu coração. Preparei-me para descansar. Após um sono profundo, não perturbado por qualquer sonho, acordei e percebi que estava amanhecendo. Coloquei rapidamente minhas botas e cautelosamente saí da cabana pela mesma janela. Podia ouvir o ressonar dos proprietários da cabana no quarto ao lado. Mas não perdi tempo; peguei o caminho para Sikkhim (a cidade) e continuei minha jornada com ânimo infatigável. Do mais fundo de meu coração, agradeci a meu venerável Guru pela proteção que concedeu-me durante a noite. O que impediu os proprietários da cabana de penetrar no segundo quarto? O que manteve-me com o mesmo espírito calmo e sereno como se estivesse em um quarto de minha própria casa? O que poderia fazer-me dormir tão profundamente sob tais circunstâncias, com enormes, escuras florestas por todos os lados, cheias de animais selvagens, e um grupo de cortadores de garganta – como se diz serem a maioria dos sikkimeses – no quarto ao lado, com uma porta fácil de abrir e rudimentar entre eles e eu?
Quando o dia ficou bem claro, retornei viagem por vales e montanhas. A cavalo ou caminhando, os caminhos que segui não são uma jornada prazerosa para homem algum, a menos, suponho, que ele esteja tão profundamente absorto em pensamentos como estava então eu próprio, e bastante alheio a tudo que afete o corpo. Eu tenho cultivado o poder de concentração mental a um tal grau que, em muitas ocasiões, tenho sido capaz de ficar totalmente alheio a qualquer coisa que me circunde quando minha mente está concentrada no objetivo único de minha vida, como vários amigos meus poderão certificar; mas nunca em uma intensidade tão grande quanto naquele momento.
Eram, penso, oito ou nove da manhã e eu estava seguindo o caminho em direção à cidade de Sikkhim de onde – foi-me assegurado pelas pessoas que encontrei pelo caminho – poderia atravessar facilmente para o Tibete com minhas vestes de peregrino, quando subitamente, vi um cavaleiro solitário galopando em minha direção, proveniente do lado oposto. Devido a sua alta estatura e pela maneira hábil com que manejava o animal, pensei que era algum oficial militar do Rajá de Sikkhim. E agora, pensei, fui apanhado! Ele me solicitará minha autorização de viagem e perguntará o que estou fazendo no território independente do Sikkhim e, talvez, irá prender-me e mandar-me de volta – se não pior. Mas, na medida em que ele se aproximava, refreou o cavalo. Olhei-o e o reconheci instantaneamente… eu estava em sua sublime presença, do mesmo Mahatma, meu próprio reverenciado Guru que havia visto antes em seu corpo astral, no terraço da sede da Sociedade Teosófica! Foi ele, o “IRMÃO do Himala” que naquela para sempre memorável noite de dezembro último, fez cair tão amavelmente uma carta em resposta a uma que eu havia entregado em envelope fechado à Sra. Blavatsky – a quem eu não perdi de vista por um momento sequer durante aquele intervalo de apenas uma hora! Instantaneamente prostrei-me a seus pés. Levantei-me a uma ordem sua e olhando com vagar para sua face, esqueci-me inteiramente de mim na contemplação da imagem que conhecia tão bem, tendo visto seu retrato várias vezes (aquele que está com o Coronel Olcott). Não sabia o que dizer: alegria e reverência travaram minha língua. A majestade de sua fisionomia, que parecia-me ser a personificação do poder e do pensamento, mantinha-me embevecido e em êxtase. Eu estava finalmente face a face com “o Mahatma do Himavat” e ele não era mito, não era “produto da imaginação de um médium”, como alguns céticos sugerem. Não era o sonho de uma noite: passava das nove da manhã. O sol brilhava e testemunhava silenciosamente a cena de cima. Eu o vejo diante de mim em carne e osso; e ele fala comigo em tom amável e gentil. O que mais posso querer? O excesso de felicidade deixou-me mudo. Somente depois de alguns momentos consegui dizer algumas palavras, encorajado por seu tom de voz e fala amável. Sua pele não é tão clara quanto a do Mahatma Koot Hoomi; mas nunca vi um semblante tão respeitável, uma estatura tão alta e tão majestosa. Como em seu retrato, ele tem barba negra curta e longos cabelos negros que caem até o peito; apenas sua roupa era diferente. Ao invés de um manto branco e folgado, ele vestia um manto amarelo forrado de pele e, em sua cabeça, ao invés de um pagri[2], um gorro tibetano de feltro, como vi alguns butaneses vestirem naquele país. Quando os primeiros momentos de enlevo e surpresa passaram e eu compreendi calmamente a situação, mantive uma longa conversa com ele. Ele disse que eu não seguisse adiante, pois fracassaria. Que deveria esperar pacientemente se quisesse tornar-me um Chela aceito; que muitos eram os que se ofereciam como candidatos, mas apenas muito poucos eram dignos; ninguém era rejeitado – todos tentavam, mas a maioria fracassava rotundamente, especialmente – e -. Alguns, ao contrário de terem sido aceitos e proferirem seus votos neste ano, foram agora desligados por um ano. … O Mahatma, percebi, fala muito pouco inglês, ou pelo menos pareceu-me assim, e falou comigo em minha língua materna tâmil. Falou-me que se o Chohan permitir a ida da Sra. B. para Pari-jong no próximo ano eu poderei ir com ela… Os teosofistas bengalis que seguiram “Upasika” (a Sra. Blavatsky) veriam que ela estava certa em tentar dissuadi-los de segui-la agora. Perguntei ao abençoado Mahatma se poderia contar o que vi e ouvi para outros. Ele respondeu afirmativamente e mais que isso, que eu faria bem em escrever para você descrevendo tudo…
Devo gravar em sua mente toda a situação e pedir-lhe para ter bem presente que aquilo que vi não foi a mera “aparência”, o corpo astral do Mahatma, como o vimos em Bombaim, mas o homem vivo, em seu próprio corpo físico. Ele teve prazer em dizer, quando lhe ofereci minha namaskarams (prostração) de despedida, que aproximava-se do território britânico para ver Upasika… Antes que ele partisse, dois outros homens chegaram a cavalo, seus assistentes, suponho, provavelmente Chelas, pois estavam vestidos como lama-gyllongs e ambos, como ele, tinham longos cabelos caindo em suas costas. Seguiram o Mahatma, quando ele partiu num trote manso. Por mais de uma hora fiquei olhando para o lugar que ele recém havia deixado e então, vagarosamente, voltei sobre meus passos. Somente agora é que percebi que minhas longas botas haviam machucado minha perna em diversos lugares, que havia comido desde o dia anterior, e que estava muito fraco para continuar caminhando. Todos meus membros estavam doloridos. A uma curta distância vi pequenos comerciantes com pôneis nativos para arrendar. Aluguei um destes animais. À tarde alcancei o rio Rungit e o atravessei. O banho em suas águas frias renovou-me. Comprei algumas frutas na única loja do lugar e as comi com grande apetite. Tomei outro cavalo imediatamente e cheguei em Darjeeling tarde da noite. Não conseguia comer, nem sentar, nem permanecer em pé. Todas as partes do meu corpo estavam doendo. Minha ausência aparentemente havia alarmado a Sra. Blavatsky. Ela repreendeu-me por minha temerária e louca tentativa de ir ao Tibete desta maneira. Quando entrei em casa encontrei com a Sra. Blavatsky, o babu Parbati Churn Roy, subcoletor de Assentamento e Superintendente de Vistorias em Dearah, e seu assistente, babu Kanty Bhushan Sen, ambos membros de nossa Sociedade. A pedido seu e ordem da Sra. Blavatsky, relatei detalhadamente tudo o que havia me acontecido, com exceção, naturalmente, de minha conversa privada com o Mahatma… Todos ficaram, para dizer o mínimo, atônitos! …Afinal, ela não irá este ano para o Tibete; com o que, tenho certeza, ela não se importa, uma vez que viu nosso Mestre, realizando assim seu único objetivo. Mas nós, pobres infelizes! Perdemos nossa única oportunidade de ir e de oferecermos nossa devoção aos “Irmãos do Himalaia”, os quais – eu sei – não atravessarão tão cedo o território britânico, se é que o farão novamente.
Escrevo-lhe esta carta, meu querido irmão, para mostrar-lhe o quanto estávamos certos em protestar contra a carta de “H.X” em The Theosophist. Os métodos dos Mahatmas podem parecer, para nossa visão limitada, estranhos e injustos, até mesmo cruéis – como no caso de nossos irmãos, os babus bengalis, alguns dos quais estão agora acamados, com gripe e febre e talvez murmurando contra os “Irmãos”, esquecendo que eles nunca pediram ou pessoalmente permitiram que viessem, mas que eles mesmos agiram muito precipitadamente…
E agora que vi o Mahatma em carne e osso e ouvi sua voz viva, que ninguém ouse dizer-me que os “Irmãos” não existem. Aconteça agora o que acontecer, a morte não me causa medo nem tampouco a vingança dos inimigos; pois o que eu sei, eu “sei”!
Por favor, mostre esta ao Coronel Olcott, que foi o primeiro a abrir meus olhos à Gnana Marga, e que ficará feliz em saber do êxito (maior do que mereço) com o qual fui contemplado. Darei detalhes a ele pessoalmente.
S. Ramaswamier, M.S.T.
Darjeeling, 7 de outubro de 1882.
[1] A julgar pelo contexto da carta e dos acontecimentos, pode ter havido aqui um problema de transcrição do texto. Certamente a intenção dos peregrinos era acompanhar H.P.B., para poder lançar-se aos pés dos Mahatmas, e não o contrário. Acompanhar H.P.B. não era o objetivo em si, mas um meio de chegar a Eles. (N.ed.bras.)
[2] Pagri: turbante (N.ed. bras.)
[i] The Theosophist, dezembro de 1883.
[ii] Nobin K. Bannerji.
[iii] Nota de Damodar Mavalankar: Chamo especial atenção de alguns de meus ansiosos correspondentes para esta expressão e, de fato, para toda a aventura do Sr. Ramaswamier. Ela mostrará aos muitos que resmungam e aos céticos que têm se queixado tão amargamente para mim de que os Irmãos não lhe deram sinal algum de sua existência, qual é a espécie de espírito que atrai os Adeptos até um aspirante. As duas noções comuns, de que um desejo inerte e sentimental por luz deveria ser recompensado, surgem da lamentável ignorância que agora prevalece com respeito às leis de treinamento místico. Existem gurus hoje, assim como sempre existiram no passado; e agora como daqui para a frente, o verdadeiro Chela pode encontrar entre eles um que o tomará sob seus cuidados, se, tal como nosso irmão de Tinnevelly, ele estiver determinado “a encontrar o Mahatma – ou morrer!” D.K. Mavalankar.
[M1]Estranho que no começo se grafava sikkim e agora sikkhim.
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