Sonhos, projeção astral, tarô, cristais, radestesia, metafísica, nada disso é espiritualidade ou sinal de espiritualidade. Estes podem ser os pontos iniciais, podem ser aqueles conhecimentos que despertam nosso interesse pelos assuntos espirituais, mas temos que ir além.
Alguns desejam ter experiências astrais, achando que isso representa espiritualidade prática, achando que isso pode levá-los à percepção da verdade, ou que, de alguma forma, pode transformar corações e mentes.
Outros querem saber sempre o significado de seus sonhos, já que, através destes sonhos, imaginam estar progredindo. Desperdiçam muito tempo perdidos no meio de conceitos, interpretação de símbolos, acreditando que isso seja esoterismo, espiritualidade.
Não há problema algum nas experiências astrais. Não há problema algum nos sonhos. É certo que os sonhos podem nos trazer boas informações. O problema está em acreditar que só isso basta.
Vários espiritualistas e buscadores, brincando de espiritualidade, tomados por fantasias, pensam até em mudar de nome, e algumas vezes o fazem.
É muito difícil achar alguém que realmente tenha interesse em trabalhar sobre si mesmo.
A espiritualidade é vivida apenas em abstrações, teorias, fantasias. A grande maioria das pessoas que conhecem os assuntos espirituais passa a transformar todas as situações em algo fatástico, “transcendental”. Tudo é recoberto de significados e simbolismos fantásticos. Mesmo os mais sérios perdem muito de seu tempo ocupados com abstrações.
Enchemos os fatos, os eventos, as situações de símbolos e significados, por não suportamos a vida como ela é. Queremos fugir desesperadamente. Precisamos nos sentir especiais, escolhidos.
Agimos de forma desatenta, irrefletida, imprudente, inconsequente, insensata, depois dizemos que estamos vivendo período de provações, de “ginásios psicológicos”. Se caímos em um buraco é porque não prestamos atenção, não há nada fantástico nisso. Se temos problemas judiciais ou financeiros por termos assinado contratos sem a devida análise, sem consultar um advogado de confiança, é porque fomos imprudentes, não há nada transcendental nisso.
A verdadeira espiritualidade está em perceber o simples, em morrer em si mesmo, está em, gradualmente, perceber o mundo de forma diferente.
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