Jardim dos Mestres

Lucidez

Se alguém nos diz que passou muitos anos em retiro, ficamos impressionados e com razão;este tipo de esforço é necessário para alcançar a iluminação.Mas, em nossas vidas ocupadas tal coisa pode parecer impossível.Podemos querer fazer um retiro tradicional de três anos, mas sentimos que nossas circunstâncias jamais o permitirão. Mas, na verdade, nós todos temos a possibilidade de praticar este tanto. Durante os próximos dez anos de vida, vamos passar mais de três anos dormindo. Nos sonhos comuns podemos ter experiências adoráveis, mas podemos também praticar com a raiva, o ciúme ou o medo. Talvez estas sejam experiências emocionais que precisamos ter, mas não precisamos continuar de modo a aumentar a inclinação habitual de estar apegado às  emoções e fantasias, e de ficar transtornados por causa delas. Por que não praticar o caminho em vez disso? Esses três anos de sono podem ser passados fazendo-se as práticas. Depois que a lucidez está estabilizada, qualquer prática pode ser feita no sonho, algumas mais efetivamente e com mais resultados do que quando realizadas durante o dia.

O yoga do sonho desenvolve a capacidade que todos nós temos de sonhar lucidamente. Um sonho lúcido, neste contexto, é aquele em que o sonhador está consciente, durante o sonho, de que ele ou ela está sonhando. Muita gente, talvez a maioria das pessoas, já teve pelo menos uma experiência de sonho lúcido. Pode ter sido num pesadelo em que a pessoa percebeu que estava num sonho e acordou para escapar. Ou pode ter sido simplesmente uma experiência incomum. Algumas pessoas têm sonhos lúcidos  regularmente sem qualquer intenção consciente de fazê-lo. À medida que as práticas preliminares e a principal são integradas à vida do praticante, os sonhos lúcidos começarão a ocorrer com freqüência cada vez maior. O sonho lúcido não é em si mesmo uma meta da prática, e sim um desenvolvimento importante ao longo do caminho deste yoga.

Existem muitos níveis diferentes de sonhos lúcidos.No nível superficial, a pessoa pode perceber que está num sonho, mas tem pouca claridade e nenhum poder para afetar o sonho. A lucidez é encontrada e, então, perdida e a lógica do sonho prevalece sobre a intenção consciente do sonhador. Na outra extremidade do continuum, os sonhos lúcidos podem ser extraordinariamente vividos, parecendo “mais reais” que a experiência ordinária do estado acordado. Com a experiência, desenvolve-se uma maior liberdade no sonho e as fronteiras da mente são transpostas, até o ponto em que se é capaz de fazer literalmente qualquer coisa que se consegue pensar em fazer.

Obviamente, os sonhos não ocorrem na mesma dimensão de realidade da vida quando acordados. Ganhar um carro novo no sonho não significa que você não terá que pegar o ônibus para trabalhar de manhã. Neste sentido, podemos achar os sonhos insatisfatórios: sentimos que eles não são “reais”.  No entanto, para realizar tarefas psicológicas que estão incompletas, ou superar dificuldades energéticas, os efeitos dos sonhos, podem se estender à vida no estado acordado. O mais importante é que no sonho as limitações da mente podem ser desafiadas e superadas. Quando elas o são, desenvolvemos a flexibilidade da mente e isto é o mais importante.

Por que a flexibilidade da mente é tão importante? Porque a rigidez da mente, as limitações das visões errôneas que obscurecem a sabedoria e restringem a experiência, nos mantêm presos em identidades ilusórias e nos impedem de encontrar a liberdade. Tenho enfatizado, ao longo deste livro, como a ignorância, o apego e  a aversão nos condicionam e nos mantêm aprisionados nas tendências kármicas negativas. Para progredir no caminho espiritual, temos de diminuir o apego e a aversão até sermos capazes de penetrar a ignorância que os fundamenta, e descobrir a sabedoria que existe por trás dela. A flexibilidade da mente é a capacidade de que , depois de desenvolvida, permite-nos superar o apego e a aversão. Ela nos permite ver as coisas de uma nova maneira e responder positivamente, em vez de sermos conduzidos cegamente pelas reações habituais.

Pessoas diferentes, partilhando a mesma situação, reagem de maneira diferente. Alguns se apegam mais e outros, menos. Quanto mais apego houver – mais reações do condicionamento kármico – mais seremos controlados pelas experiências com que nos deparamos. Com flexibilidade suficiente, não seremos conduzidos pelo karma. Um espelho não escolhe o que refletir, tudo é bem-vindo para surgir e dissolver na sua natureza pura. O espelho, neste sentido, é flexível, e ele o é porque nem se apega nem rejeita. Ele não tenta agarrar uma imagem refletida nem se recusa a refletir outra. Esta flexibilidade nos falta, porque não entendemos que qualquer coisa que venha a aparecer na consciência é apenas um reflexo de nossa própria mente.

Nos sonhos lúcidos, nós praticamos transformar qualquer coisa que venhamos a encontrar. Não há nenhum limite para a experiência que não possa ser rompido no sonho; podemos fazer qualquer coisa que nos ocorra  fazer. À medida que rompemos com as limitações habituais da experiência, a mente se torna cada vez mais dócil e flexível. Primeiramente desenvolvemos a lucidez e, em seguida, a flexibilidade da mente e, depois, aplicamos essa flexibilidade da mente a tudo em nossa vida. Nós somos menos reprimidos por nossas identidades habituais, quando temos a experiência de transformá-las e deixar que elas se dissolvam. Ficamos menos restringidos pelas nossas percepções, quando nós experimentamos sua relatividade e maleabilidade.

Exatamente do mesmo modo que as imagens dos sonhos podem ser transformadas no sonho, os estados emocionais  e as limitações conceituais também podem ser transformadas na vida “real”. Com a experiência da natureza onírica e maleável da experiência, podemos transformar depressão em felicidade, medo em coragem, raiva em amor, desespero em fé, distração em presença. O que não é saudável podemos tornar saudável. O que é sombrio, podemos tornar luminoso. O que é restrito e sólido podemos tornar aberto e espaçoso. Desafie os limites que o restringem.  A finalidade destas práticas é integrar lucidez e flexibilidade a cada momento da vida e soltar a maneira fortemente condicionada que temos de ordenar a realidade, de elaborar o sentido e de ficar preso na delusão.

Desenvolver a flexibilidade

Os ensinamentos sugerem muitas coisas para se fazer no sono, depois que a lucidez tiver se desenvolvido.O primeiro passo para o desenvolvimento da flexibilidade no sonho,  bem como no estado acordado, é reconhecer o potencial que temos para fazer isso. Quando refletimos sobre as possibilidades que os ensinamentos sugerem , a mente incorpora-as ao seu potencial. Nós nos tornamos capazes de experiências que nem mesmo conseguiríamos conceituar antes.

Tenho  um laptop que é uma diversão explorar. Se eu clico em um dos ícones da tela, um arquivo se abre. Clico em outro e algo mais surge na tela. A mente assemelha-se a isso. A atenção dirige-se para algo e é como clicar em um ícone; de repente uma sequência de pensamentos e imagens aparece. A mente continua clicando, movendo-se de uma coisa para outra. Às vezes temos duas janelas abertas, como quando estamos conversando com alguém e ao mesmo tempo pensando em outra coisa. Apesar de normalmente não acharmos, com isto, que temos múltiplos “eus” ou múltiplas identidades, nós podemos manifestar esses múltiplos “eus” em um sonho. Mais do que simplesmente ter a nossa atenção dividida, no sonho nós podemos nos dividir em diferentes corpos oníricos que existem simultaneamente.

Um dia, depois de interagir com meu computador, sonhei que estava olhando para uma tela onde apareciam ícones que eu podia clicar com a mente,alterando todo o ambiente. Apareceu um ícone de uma floresta e, quando cliquei nele, eu me vi numa floresta. Então surgiu um ícone de oceano e, depois de clicar nele, de repente eu estava num ambiente marítimo. A capacidade de fazer isso já estava em minha mente, mas o fato de ter surgido como uma possibilidade para a experiência veio da interação com meu computador. Nossos pensamentos e experiências influenciam pensamentos e  experiências futuros. A prática do sonho trabalha com este fato. Os ensinamentos nos apresentam novas idéias, novas possibilidades e as ferramentas para realizá-las. Então, cabe a nós manifestá-las nos sonhos e no estado acordado.

Por exemplo,  os ensinamentos falam de multiplicar  as coisas nos sonhos. Talvez sonhemos com três flores. Como estamos conscientes de estar num sonho e da flexibilidade do sonho, se quisermos, podemos produzir cem flores, mil flores, uma chuva de flores. Mas primeiro temos que reconhecer a existência dessa possibilidade. Se desconhecermos que este tipo de multiplicação de objetos é uma opção, então a opção não existe para nós.

 No Ocidente, pesquisas com sonhos descobriram que as pessoas podem melhorar suas capacidades, exercitando-as no sonho e nos devaneios. Há  séculos este conhecimento foi incorporado aos ensinamentos. Utilizando os sonhos, podemos diminuir o negativo e aumentar o positivo, mudando nossa maneira habitual de ser neste mundo. E isso não precisa ser dirigido apenas para as habilidades que nos ajudarão na vida cotidiana, mas também pode ser aplicado nos níveis mais profundos da vida espiritual. Sempre aspire a meta mais elevada, mais abrangente, pois ela automaticamente incluirá as menores. Embora seja bom trabalhar com os problemas relativos, depois da iluminação não haverá absolutamente nenhum problema.

O Tantra Mãe relaciona onze categorias de experiências nas quais a mente  geralmente fica atada pela aparência. Todas elas devem ser reconhecidas, desafiadas e transformadas. O princípio é o mesmo em todas, mas é bom passar um tempo refletindo sobre cada uma, a fim de apresentar as possibilidades de transformação à sua própria mente. As categorias são: tamanho, quantidade, qualidade, velocidade, realização, transformação, emanação, viagem, visão, encontro e experimentação.

Tamanho.-Nos sonhos, raramente pensamos muito sobre o tamanho, mas nós o fazemos quando acordados. Existem dois aspectos no tamanho,menor e maior. Mude o seu tamanho no sonho, torne-se tão pequeno quanto um inseto e, depois, tão grande quanto uma montanha. Pegue um grande problema e torne-o pequeno. Pegue uma flor pequena e bela e torne-a tão grande quanto o sol.

Quantidade- Se há um Buda em seu sonho, aumente o número para cem ou mil. E se há mil problemas transforme-os em apenas um. Na prática do sonho, podemos queimar as sementes do karma incipiente. Utilizando a consciência, conduza o sonho, em vez de ser conduzido; sonhe em vez de deixar-se ser sonhado.

Qualidade. Quando as pessoas ficam estagnadas  numa experiência que lhes é prejudicial, frequentemente é porque não sabem que ela pode ser mudada. Você deve pensar na possibilidade de mudança, e então praticá-la no sonho. Quando você estiver com raiva, num sonho, mude esta emoção para amor. Você pode mudar as qualidades do medo, ciúme, raiva, cobiça, expectativa incessante e tédio. Nenhuma delas é de muita ajuda. Diga a si mesmo que elas podem ser superadas, transformando-as. Você  pode até dizer isto em voz alta, a fim de reforçar o seu conhecimento do fato. Quando tiver a experiência de mudar a emoção no sonho, você poderá tê-la também no estado acordado. Isto é desenvolver liberdade e flexibilidade, você não tem que estar preso na armadilha de condicionamento anterior.

Velocidade. Em apenas alguns segundos de sonhos, muitas coisas podem ser realizadas, uma vez que você está vivendo inteiramente na mente. Desacelere uma experiência até que cada momento seja todo um mundo. Visite uma centena de lugares num minuto. Os únicos limites num sonho são os limites da sua imaginação.

Realização. Qualquer coisa que não tenha conseguido realizar na vida, você pode realizar em sonho. Faça práticas, escreva um livro, nade através do oceano, termine o que precisa ter terminado.

Um ano depois que faleceu, minha mãe me apareceu num sonho e me pediu ajuda. Eu lhe perguntei o que podia fazer. Ela me deu um desenho de uma estupa e pediu que eu a construísse para ela. Eu sabia que estava sonhando, mas aceitei a tarefa como se fosse algo real. Na ocasião, eu estava na Itália onde existem muitas leis regulamentando construção e urbanização. Eu não sabia como conseguir as licenças, o dinheiro e a terra que precisava. Então pensei em consultar os  meus guardiões. Isto é o que o Tantra Mãe recomenda: peça ajuda aos guardiões no sonho, quando confrontado com uma tarefa que  aparentemente você não consegue realizar. Em resposta à minha solicitação de ajuda, os guardiões apareceram. Uma gigantesca árvore  bodhi erguia-se no sonho e de repente os guardiões transformaram na estupa. Em outra cultura, acreditamos que construir uma estupa para alguém que morreu ajuda aquela pessoa a se dirigir para o próximo renascimento. Minha Mãe estava feliz e satisfeita no sonho e eu também. Senti ter dado algo importante a ela, algo que talvez não tivesse acontecido em casa, na Índia, quando ela morreu. Agora estava realizado e minha Mãe e eu estávamos  ambos felizes. Aquele sentimento persistiu na minha vida.

As realizações no sonho influenciam nossa vida no estado acordado.Ao trabalhar com a experiência, você trabalha com os traços kármicos. Utilize o sonho para realizar o que é importante para você.

Transformação. A transformação é muito importante para os praticantes do Tantra, porque ela é o princípio que fundamenta a prática tântrica, mas ela também é importante para todos nós. Aprenda a transforma a si mesmo. Experimente tudo. Transforme-se em um pássaro, um cão, um garuda , um leão, um dragão.  Transforme-se de uma pessoa raivosa em uma pessoa compassiva, de um ser humano apegado, ciumento, em um Buda iluminado, aberto. Transforme-se n um Yidam e numa dakini. Isso é muito poderoso para desenvolver a flexibilidade e superar as limitações de suas identidades habituais.

Emanação. Ela se assemelha à transformação. Depois de se transformar  num Yidam ou num Buda, emane muito mais corpos que possam ser benefícios para outros seres. Exista em dois corpos, depois três, quatro, quantos você puder, e então em mais. Rompa com as limitações de experimentar a si mesmo como um ego único, separado.

Viagem. Comece com os lugares aos quais você deseja ir. Você quer ir ao Tibete? Faça uma viagem para lá. Para Paris? Vá! Onde você sempre quis ir?

Isto não é a mesma coisa que simplesmente chegar a um lugar, trata-se da viagem. Dirija-se para lá conscientemente. Você pode viajar para outro país, ou para uma terra pura onde não há sujeira. Ou viajar para outro planeta, ou para um lugar que você não visita há muitos anos , ou para o fundo do oceano.

Visão. Tente ver o que você nunca viu antes. Você já viu Guru Rinpoche? Tapihiritsa? Cristo? Agora você pode. Você viu Shambhala ou o centro do sol?  Você já viu células se dividindo, ou o seu coração batendo, ou o topo do Monte Everest, ou já viu algo com os olhos de uma abelha? Crie suas próprias ideias e, depois, torne-as reais no sonho.

Encontro. Na tradição tibetana, existem muitas histórias de pessoas que encontram mestres e guardiões e dakinis, etc. em seus sonhos. Talvez você sinta uma conexão com os mestres do passado; encontre-os agora. Quando você o fizer, pergunte imediatamente se você pode encontrá-los uma segunda vez. Isso cria mais uma oportunidade de encontrá-los novamente. A seguir, peça ensinamentos.

Experimentação. Utilize o sonho para experimentar algo que você ainda não fez. Se você está incerto sobre sua experiência de rigpa, então experimente-a no sonho. Você pode  experimentar qualquer estado ou experiência mística do caminho, seja ela simples ou completa. Você pode respirar água como um peixe, atravessar paredes, ou transforma-se numa nuvem. Você pode viajar o universo como um raio de luz, ou cair como chuva lá do céu. O que quer que você consiga pensar, você pode fazer.

Vá além dos limites nas categorias acima, elas são apenas sugestões. Nós trabalhamos com padrões em nossa experiência – como velocidade, tamanho, emanação e assim por diante – porque ficamos presos acreditando na realidade destes conceitos relativos. Dissolver os limites da mente nos conduz para a liberdade que é a base da mente. Se você sonha com um fogo ameaçador, transforme-se numa chama; com uma inundação, transforme-se em água. Se um demônio o persegue, transforme-se em um demônio maior. Torne-se uma montanha, um leopardo, uma sequóia gigante. Torne-se uma estrela ou uma floresta inteira. Transforme-se de homem em mulher e então em centena de mulheres. Ou transforme-se de mulher em deusa. Transforme-se em animais, num falcão voando muito alto no céu, ou numa aranha tecendo uma teia. Transforme-se num bodhisatva e se manifeste numa centena de lugares ao mesmo tempo, ou em todos os trinta e três infernos, para beneficiar os seres de lá.  Transforme-se em Simhamukha, em Padmasambhava, ou em qualquer outra deidade, yidam ou dakini. Esta prática é igual àquelas práticas tântricas nas quais você se transforma. Ela tem os mesmos objetivos e motivos, mas é muito mais fácil de realizar num sonho, pois você se transforma de verdade. Infinitas experiências de transformação estão disponíveis no sonho.

Viaje para qualquer lugar para onde você já tenha desejado ir: ao Monte Meru, ao centro da Terra, a outros planetas, outros reinos. Quase todas as noites eu volto para a Índia- um modo muito barato de viajar. Vá ao reino dos deuses. Viaje pelo Inferno, o reino dos demônios. É só uma ideia, você não estará realmente participando da vida lá. Mas você estará afrouxando as amarras que prendem a sua mente.

Participe nas práticas e pujas dos deuses e deusas. Participe com as famílias dos cinco budas. Voe através do solo. Viaje através do interior do seu próprio corpo. Torne –se tão grande quanto a Terra, e depois, maior.Ou tão pequeno quanto um átomo, tão fino quanto um bambu, tão leve quanto pólen flutuando.

O princípio de desenvolver flexibilidade é mais importante do que as particularidades do sonho, assim como a qualidade luminosa do cristal é mais importante que a cor da luz que ele porventura está refletindo. As sugestões dos ensinamentos não devem se tornar limites adicionais. Invente novas possibilidades e manifeste-as, até que qualquer coisa que pareça limitar sua experiência seja imediatamente vista como frágil e não restritiva. A lucidez traz mais luz do que a mente conceitual e exercitar a flexibilidade afrouxa os nós de condicionamento que a constringem. Como somos condicionados pelas entidades aparentemente sólidas que encontramos, essas devem ser transformadas, em nossa experiência, em luminosas e transparentes. Como somos condicionados pela aparente solidez dos pensamentos, eles devem ser dissolvidos na ilimitada liberdade da mente.

Existe um princípio básico para a jornada espiritual que nós deveríamos continuar a exercitar até na liberdade do sonho. As possibilidades no sonho são ilimitadas, podemos efetuar quaisquer mudanças que queiramos no sonho, mas ainda é importante que mudemos para o positivo. Esta é a direção que melhor servirá ao nosso caminho espiritual. As ações realizadas no sonho têm efeito sobre nós internamente, do mesmo modo que as ações realizadas no estado acordado. Há uma tremenda liberdade no sonho, mas não há liberdade das causas e efeitos kármicos enquanto não estivemos livres do dualismo. Precisamos de paciência e de um firme propósito para desenvolver a flexibilidade necessária para derrubar os ditames do karma negativo.

Trabalhe nas fronteiras da experiência, com os bloqueios do condicionamento e as crenças limitadoras. A mente é surpreendente: ela é capaz de fazer isso. Sua identidade é mais flexível do que você pode imaginar. Você simplesmente precisa estar consciente da possibilidade de mudar a experiência e a identidade e então isso se torna uma possibilidade real. Se você acredita que não consegue fazer algo, então geralmente você não consegue. É uma questão muito simples e também muito importante. No momento que você diz que é capaz de fazer algo, você já começou a fazê-lo.

Trate seus sonhos com respeito e incorpore todas as experiências do sonho, como as da sua vida real, ao caminho. Utilizar o sonho para desenvolver liberdade das limitações, para superar obstáculos no seu caminho, e finalmente para reconhecer sua verdadeira natureza e a verdadeira natureza de todos os fenômenos, é utilizar o sonho sabiamente.


14 de outubro de 2012

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