Jardim dos Mestres

Senhor da Vida e da Morte

No ano de 1976, toda quarta-feira, o Mestre Samael conduzia os estudos de Terceira Câmara. Em uma das tantas reuniões realizadas, entrou no recinto uma senhora de uns 60 anos, acompanhada de seu filho, que tinha uns dezessete anos. A senhora entrou e o Mestre não se manifestou; as pessoas estranharam. Mas, como o Mestre ficou quieto, todos também permaneceram em silêncio.

Terminada a prática, o Mestre chamou a mulher e perguntou o que ela buscava. Ela disse então que seu filho já havia sido dado como caso perdido pela ciência. E que fora informada de que ali, naquele local, encontraria um homem inspirado por Deus que talvez pudesse curar seu filho.

O Mestre pediu então que os discípulos trouxessem o menino para perto dele. Em seguida, disse para mulher que seu filho iria morrer em alguns dias, e perguntou se ela queria que eles desencarnassem o menino naquele mesmo momento e o reincorporasse, após negociar com os Arcontes do Destino. Chorando, a mulher lhe respondeu pedindo que fizesse o possível.

O Mestre concentrou-se então em seu Pai Interno, solicitando permissão. Depois, começou a caminhar em volta do menino, que estava deitado no chão.

Após dar algumas voltas ao redor do jovem, pronunciando uma série de mantras muito estranhos, o Mestre Samael disse que o menino estava morto, e pediu para os discípulos confirmarem. Entre os discípulos, havia um médico que confirmou a morte do menino.

Depois de constatado o óbito, o Mestre sentou-se e disse que iria levar os princípios anímicos do menino ao templo da morte e ao templo da Grande Lei, a fim de renegociar.

Alguns dos que presenciavam aqueles momentos sentiram medo e achavam que tudo parecia absurdo. Na mente de um missionário surgiram pensamentos como: “E se o rapaz não voltar à vida?”; “E as responsabilidades?”; “E a polícia?”.

Algum tempo depois, o mestre volta a falar e diz:

“Bem, agora que já estás curado, e uma vez que o cordão de prata foi reconectado com teu corpo físico, voltemos à tua humana forma, que está jacente na Terceira Câmara. Vem, pois… Vem…”

Minutos depois, o Mestre abriu seus olhos e pediu que os discípulos levantassem o corpo do menino e o sustentassem de pé.

O Mestre então se aproximou e, em tom forte, disse ao enfermo, que não abria olhos e continuava frio como gelo:

“Desperta!… Desperta!… Volta a teu corpo físico!… Volta, irmão meu!… Volta!…”

Mas o jovem continuava inerte. Com isso, as mentes se agitavam, tomadas por pensamentos do tipo: “E agora? O que faremos?”; “Em que nos metemos?”

Com uma naturalidade assustadora, o Mestre disse:

“Bem… Bem… já vejo que os anjos da morte querem ficar com jovem, e isso não permitirei. Paguei os dízimos e eles devem cumprir sua palavra devolvendo o paciente que lhes levei. Vou voltar lá, ao Templo da Morte, meus queridos irmãos. Um momento, pois, um momento…”

Novamente, o Abençoado sentou-se e fechou os olhos. Algum tempo depois, pediu para que levantassem o corpo e repetiu:

“Desperta… Desperta! Volta a teu corpo físico!… Desperta!…

Porém, o paciente não dava mostras de recuperação.

Os pensamentos se inquietavam ainda mais: “Meu Deus! Está ficando muito feio. Oxalá saiamos bem deste labirinto!”

Pela terceira vez, o Mestre sentou-se, fechou os olhos e foi encontrar-se com os Anjos da Morte. Passados alguns minutos, o Maestro voltou a pedir que o corpo fosse levantado e que fosse trazido um vaso com água, o qual havia abençoado algum tempo antes. Então, voltou a dizer:

“Desperta, desperta! Eu, Samael Aun Weor, te ordeno!”
E colocou os dedos polegar, indicador e médio de sua mão direita no interior do vaso com água. Passando a mão molhada no rosto do paciente, insistiu:

“Volta aqui!… Volta a teu corpo!… Regressa irmão, regressa!”

Finalmente, para alegria de todos, o morto voltou à vida. A primeira reação do menino ao abrir os olhos foi gritar e chorar, dizendo:

“A morte! A morte! Tirem-me daqui!

E, para acalmar o menino, o Mestre dizia:

“Não te preocupes! Não te preocupes, irmão! Já não estás no Templo da Morte, agora estás novamente entre os vivos, estás agora conosco”.

Dito isto, o jovem começou a tranquilizar-se e, recuperando suas forças, foi até a mãe e sentou-se ao lado dela.

Falou então o Mestre à mãe do menino:

“Teu filho está agora são e salvo, viverá até uns oitenta anos, sempre e enquanto se dedicar ao estudo de si mesmo e guardar os preceitos do Altíssimo, entendido?”.

A mãe do menino, com lágrimas nos olhos, agradeceu profundamente ao Mestre por aquele milagre.

Mais tarde, os pensamentos eram: “Graças a Deus que tudo saiu bem! Que bom que o jovem já está recuperado! Ufa! Que terrível teria sido se não voltasse mais!… Que terrível!”

No caminho de volta à casa, o Mestre perguntou ao missionário:

“Em que coisas tu pensavas enquanto eu estava tratando o jovem defunto?”.

“Que coisas corriam por tua mente durante aqueles trabalhos que fazíamos?”.

Respondeu o missionário: “Oh, Mestre! Certamente, pensei muitas coisas!… Muitas coisas! Porém, prefiro não comentá-las”.

Disse-lhe o Mestre: “Queres que seja eu a te dizer o que pensavas? Queres que te diga?”

O missionário ficou mudo e bastante ruborizado.

Continuou o Mestre: “Pois bem, dir-te-ei o que pensavas: ‘Ai, Deus meu! O que acontecerá se isto der errado? E se o menino não voltar à vida? E a polícia? Etc., etc., etc.’ Não é verdade que pensavas estas coisas?”

A resposta do missionário foi: “Sim, Mestre. Devo dizer, em nome da verdade, que tive medo que o experimento falhasse.”

Advertiu-lhe então o Mestre: “Ai, ai, ai!… Pois vou te dizer, meu caro irmão, que, quando faço esses trabalhos, faço-os com consciência plena e com profundo conhecimento de causa. Do contrário, não me atreveria a levar a cabo semelhantes operações. Recorda-te bem disto e grava-o em tua memória, entendido?”


28 de fevereiro de 2013

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